O último golo de Eusébio
Faz hoje 36 anos que o maior jogador dos nossos campeonatos marcou o seu último golo na principal prova de futebol português. Um golo com uma história engraçada...
Eusébio da Silva Ferreira apontou na tarde de 6 de Março de 1977 o seu golo nº 320 na Liga, um número redondo para terminar uma carreira dourada. E quem haveria de ser a vítima? Claro que só poderia ser o clube a quem sempre disse mais gostava de marcar: o Sporting.
Eusébio da Silva Ferreira apontou na tarde de 6 de Março de 1977 o seu golo nº 320 na Liga, um número redondo para terminar uma carreira dourada. E quem haveria de ser a vítima? Claro que só poderia ser o clube a quem sempre disse mais gostava de marcar: o Sporting.
Um golo que valeu o empate do Beira-Mar com o até então líder SCP. Pois é, Eusébio nunca conseguiu deixar de ajudar o seu clube de coração e com este golo - o 24º ao SCP - o Benfica ultrapassou o seu eterno rival no topo da tabela e foi campeão nacional.
Se calhar nem sabia que a Pantera Negra tinha jogado no Beira-Mar? Pois jogou sim, durante 6 meses! No Verão de 1976, o Pantera Negra aterrou em Lisboa como campeão da NASL
(liga profissional do futebol dos EUA), pelo Toronto Metro Croatia, com
18 golos em 25 jogos. Tinha feito um contrato de 5 meses nos EUA e outros 5 de férias mas o craque não queria descansar tanto. Quando chegou a Portugal, falou-se num regresso ao Benfica.
"O Toni, capitão, e o Humberto Coelho, vice-capitão, puxaram-me mas havia uma pessoa dentro do Benfica que não me queria [Romão Martins, chefe do departamento de futebol]. Ao mesmo tempo, choviam propostas, a mais importante do Sporting, através do presidente João Rocha." Mas era melhor não ir por aí... O Belenenses interessou-se mas não aceitou as condições de Eusébio. Já o Beira-Mar, sim. "Sugeri um esquema que foi aceite: treinava-me no Benfica e só ia para Aveiro ao sábado, onde ficava hospedado no Hotel Imperial."
"O Toni, capitão, e o Humberto Coelho, vice-capitão, puxaram-me mas havia uma pessoa dentro do Benfica que não me queria [Romão Martins, chefe do departamento de futebol]. Ao mesmo tempo, choviam propostas, a mais importante do Sporting, através do presidente João Rocha." Mas era melhor não ir por aí... O Belenenses interessou-se mas não aceitou as condições de Eusébio. Já o Beira-Mar, sim. "Sugeri um esquema que foi aceite: treinava-me no Benfica e só ia para Aveiro ao sábado, onde ficava hospedado no Hotel Imperial."
Eusébio começou a jogar pelo Beira-Mar, ao lado de Manuel José, esse
mesmo, o treinador do Boavistão dos anos 90 e 5 vezes campeão africano
pelos egípcios do Al Ahly.
Entrevistado pelo Jornal i Manuel José disse o seguinte sobre este golo histórico: "Foi um golo à Eusébio. Eu já me tinha cruzado com
ele no Benfica em 1968, e é claro que oito anos depois havia diferenças
físicas, mas ainda era o Eusébio. Empatámos 1-1 com o Sporting e ele
marcou a 30 ou 35 metros da baliza. Ele puxou do pé esquerdo e cá vai
disto."
Dessa aventura em Aveiro, Eusébio também guarda recordações de um Beira-Mar x Benfica. "Estava 2-2 aos 90 minutos e havia um livre directo no
limite da área do Benfica. Não sei o que se passou comigo, mas comecei a
tremer com aquelas camisolas vermelhas todas à minha frente, aquelas
caras familiares. E recusei bater o livre. Passei a bola ao
Sousa, que atirou por cima. Esse falhanço foi esquisito pois senti-me
aliviado pelo Benfica não ter saído derrotado de Aveiro." Sousa
confirma. "Havia três marcadores de livres: o Eusébio, o Manuel José e
eu. Nesse momento, o Eusébio recuou e passou-me a bola."
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