Mão cheia de golos na despedida de 2011
A jornada 12 do campeonato abria no Estádio da Luz com a recepção do Benfica ao Rio Ave. A meu ver um jogo importante para o Benfica pois queria ver se esta equipa conseguia a nota artística que Jorge Jesus tantas vezes fala. Se nos jogos deste últimos mês, devido à dificuldade dos mesmos, o resultado era só o que se podia pedir a esta equipa (e venceu); hoje era importante perceber se esta equipa conseguia, em sua casa, fazer uma boa exibição. E conseguiu mesmo!O onze escolhido pelo técnico do Benfica reservou algumas surpresas. Nolito no lugar do Gaitán e Witsel no lugar de Bruno César. Se a primeira se entende devido aos problemas físicos de Gaitán, a segunda alteração não a entendo. Witsel nunca será um ala que dê a profundidade que o Benfica precisa de ter num jogo no Estádio da Luz, apesar disto Witsel, por ser um grande jogador, cumpriu e ainda fez algumas boas jogadas. É importante que Jesus rode a equipa mas também que não invente rotação onde ela não faz sentido.
A primeira meia hora do jogo foi muito animada com bola cá bola lá. O Rio Ave apresentou-se desinibido e com a capacidade, que poucas equipas conseguem, de ter bola com qualidade em pleno meio campo do Benfica. Tabelas e passes de primeira desestabilizaram a defesa do Benfica e o golo do Rio Ave não se pode dizer que apareceu do nada. O golo de Atsu nasce de uma bela jogada de entendimento da frente de ataque do Rio Ave e de um belo remate de trivela deste avançado ganês.
Não é habitual, desde que Javi Garcia chegou à Luz, ver uma equipa conseguir tanto espaço para trocar a bola mesmo no meio do campo do Benfica, e penso que o espanhol esteve uns furos abaixo do que é costume.
Apesar dos méritos do Rio Ave, não se pode dizer que o Benfica tenha tido uma meia hora para esquecer porque a equipa foi respondendo aos ataque do Rio Ave, no entanto, notei muito a ausência do capitão da equipa. Luisão é fundamental na estratégia do clube de Lisboa nos jogos em casa contra equipas mais frágeis. É ele que limpa, pelo menos, metade das tentativas de ataque da equipa adversária com um posicionamento e um jogo aéreo excelente. Hoje Luisão fez falta.
Foi Maxi Pereira, aos 33 minutos, a desequilibrar a defesa do Rio Ave com uma jogada pela direita, a dar a profundidade que Witsel não pode dar aquele flanco, e cabeçada de Cardozo para claro corte com a mão do defesa do Rio Ave. Penalty convertido pelo próprio Tacuara (já são 113 com a camisola da águia) e suspiro de alívio no terceiro anel.
Nem um minuto volvido já os adeptos do Benfica saltavam da cadeira para festejar a reviravolta no marcador. Grande jogada de Nolito de insistência, técnica e de um ponta de sorte a dar a tranquilidade ao SLB para o resto de jogo.
O jogo teve o melhor momento no terceiro golo do Benfica com uma assistência deliciosa de Aimar (só ontem fez duas) para Saviola fuzilar a baliza do Rio Ave. Estes argentinos valem só por eles, pelo raro entendimento que têm um com o outro, o bilhete e espero que o Benfica renove com as antigas estrelas do River Plate.
A segunda parte abriu com o primeiro golo de Garay com a camisola encarnada, ele que já o procurava há bastante tempo e já tinha falhado alguns golos preocupantes. Nolito ainda fez, de novo, o gosto ao pé e já leva 7 golos nesta campeonato. 5-1: vitória clara do Benfica.
Fica, então, uma exibição com nota artística e o primeiro lugar como prenda de Natal para os adeptos encarnados.
O SLB só volta a jogar em Janeiro e espero que os jogadores venham do Natal com o futebol que mostraram nesta primeira fase da temporada. Se assim for esta época promete...
Figura de jogo: Nolito - o espanhol marcou 2 golos e encheu o campo com uma energia notável. Não dá uma bola por perdida e foi por ter este espírito guerreiro que marca o seu primeiro golo neste jogo. É bom ver que os jogadores que não têm sido titulares têm esta qualidade. Jorge Jesus dorme, com certeza, bem mais descansado por ter estas hipóteses todas.
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