A sorte de Portugal nos sorteios
Um interessante artigo do jornal I em que se mostra que a sorte tem estado do lado de Portugal na hora dos sorteios para a maior competição desportiva do planeta.
Haja confiança, portanto, para o sorteio de hoje à tarde na Costa do Sauípe - começa às 15h30 em Lisboa mas as bolas só saltam cá para fora das 16h51 às 17h26. Sim, porque isto dos sorteios até nos é favorável. Dos 5 Mundiais, não há nenhum em que nos possamos queixar.
1966: Estamos no pote 3, como os outros latinos: França, Itália e Espanha. E se é verdade que nos calha o pior dos adversários do pote 1, o então bicampeão Brasil (em vez de Argentina, Chile e Uruguai), a sorte abençoa-nos com Hungria do pote 2 (há Inglaterra, URSS e RFA) e Bulgária do 4 (Coreia do Norte, México e Suíça). Cumpre-se a missão com três vitórias chapa 3.
1986: Vinte anos depois dos Magriços de Inglaterra, vamos novamente a sorteio. Somos do pote 4, como Bélgica, Escócia, Hungria, Irlanda do Norte e Escócia. Do 1, há os tubarões (Itália, RFA, França e Brasil) mais o anfitrião (México) e ainda a Polónia (terceira classificada em 1982). Sai-nos quem? A Polónia, bravo!
No pote 2 há três sul-americanos (Paraguai, Uruguai e Argentina) e três europeus (URSS, Espanha e Inglaterra) e calha-nos a Inglaterra de Bobby Robson. So far, so good . Se assim é, o pote 3 são favas contadas. Quer dizer, excluindo a estreante Dinamarca, temos Argélia, Canadá, Iraque, Coreia do Sul e Marrocos. Pronto, 'tá feito: Polónia, Inglaterra e Marrocos. Passamos? No way . Embora se ganhe ao mais difícil (Carlos Manuel, 1-0 à Inglaterra), perde-se com Polónia e Marrocos. Uiiii, isto vai dar barraca.
2002: Qualificada sem derrotas (7-3-0), a nossa selecção está animada para o sorteio de 1 Dezembro 2001. Mas então se somos fortes e damos água pela barba a qualquer rival do pote C (China, Equador, Paraguai, Arábia Saudita, Uruguai, Polónia, Eslovénia e Turquia) e D (Camarões, Costa Rica, México, Nigéria, Senegal, África do Sul, Tunísia e EUA), não? O medo é só com o A.
E se nos sai a super-Argentina? Ou a super-França? Ou o super-Brasil? Ou a super-Itália? Problemas à vista. É melhor mesmo escolhermos entre Espanha, Alemanha (3-0 no Euro-2000, hip hip hurrayy) e os anfitriões Coreia/Japão.
Contas feitas, sai-nos a Coreia do Sul do A, a Polónia do C e os EUA do D. Estamos safos, olá oitavos-de-final com Itália e México. Mas não, a macumba de Oliveira não deixa e ficamo-nos mesmo pela fase de grupos. Que desilusão, o equivalente a um murro no estômago - o nosso, não o do árbitro argentino Ángel Sánchez, pobre coitado, que não tem culpa nenhuma que João Vieira Pinto atropele Park Ji-sung, autor do golo que nos elimina (1-0).
2006: Vice-campeão europeu, Portugal goza do respeito internacional pela mão do seleccionador brasileiro Luiz Felipe Scolari. Ainda por cima a qualificação é tranquila, sem derrotas (9-3-0).
No sorteio de 9 de Dezembro, sai-lhe o mais fraco do pote A (México; há Brasil, Argentina, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha), o mais inexperiente do B (estreante Angola, entre Austrália, Costa do Marfim, Equador, Gana, Paraguai, Togo e Tunísia) e o mais inofensivo do D (Irão vs. Costa Rica, Trinidad e Tobago, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e EUA).
Trigo limpo, farinha amparo: três vitórias, como em 1966.
2010: Sorte a nossa, Charlize Theron é a apresentadora. Azar o nosso, sai-nos o Brasil do pote 1 (atenção Espanha, Holanda, Itália, Alemanha, Argentina e Inglaterra não seriam melhores; só se fosse a África do Sul, mas estamos escaldados com a experiência do anfitrião em 2002). Sorte a nossa, é a Coreia do Norte do pote 2 (igual só a Nova Zelândia; piores, muito piores, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Honduras, México e EUA são realmente mais fortes).
E o pote 3, é a Costa do Marfim a fava ou o brinde entre africanos e sul-americanos (Argélia, Camarões, Gana, Nigéria, Chile, Uruguai e Paraguai)? O nulo em Port Elizabeth no jogo de abertura confirma o impasse. Sem espinhas nem qualquer golo sofrido, passamos aos 8os final.
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