FIFA vai limitar número de jogadores emprestados
«O Conselho da FIFA vai votar, esta sexta-feira, um pacote de reformas no futebol que inclui a limitação do número de jogadores emprestados que cada clube pode ter, escreve o jornal A Bola.
A ideia de limitar os empréstimos visa acabar com situações de monopólio por parte de alguns clubes, que contratam um elevado número de jogadores apenas para serem emprestados a outros clubes, que ficam em posição de inferioridade.
No início de setembro, a AFP indicava que a FIFA pretendia limitar entre seis e oito o número de futebolistas emprestados pelos clubes em cada época desportiva – nessas contas não entram os atletas com 21 anos ou menos formados no próprio clube. O número de limite de empréstimos será, portanto, um dos assuntos em discussão esta sexta-feira.
As alterações previstas pela FIFA vão afetar de forma significativa o futebol português. Isto porque vários clubes portugueses, em especial o Benfica, o FC Porto e o Sporting, cederam na temporada 2018/2019, a equipas nacionais e estrangeiras, um número muito superior ao que o organismo liderado por Gianni Infantino pretende impor como máximo de atletas emprestados por época.
Segundo o jornal A Bola, na presente temporada, o Sporting tem 17 atletas com mais de 21 emprestados a outros clubes, o Benfica 13, e o FC Porto 12. O caso dos ‘leões’ explica-se pelo fim da equipa B no último verão, o que fez com que muitos jogadores que aí teriam lugar tivessem de procurar outra solução, mesmo com a criação dos sub-23.
A ideia de limitar os empréstimos poderá, todavia, trazer riscos para os clubes ditos médios. A mesma publicação dá como exemplo o caso de Salvador Agra. Contratado pelo Benfica ao Nacional em 2017, nunca jogou pelos ‘encarnados’. Na época transata esteve cedido ao Desportivo das Aves e depois ao Granada – este ano está no Cádis.
“Para a FIFA, será um dos exemplos de jogadores açambarcados por clubes grandes numa perspetiva de lucro, impedindo o desenvolvimento de clubes mais pequenos aos quais poderiam estar ligados. Mas na verdade, Agra chegou à Luz para pagar uma dívida que o Nacional mantinha para com o Benfica e que não tinha condições de pagar em dinheiro”, pode ler-se no jornal A Bola.
Lá fora, o Shakhtar Donetsk, clube orientado por Paulo Fonseca, destaca-se com 18 jogadores com mais de 21 anos emprestados a outros emblemas. Seguem-se a Juventus e o Nápoles, ambos com 14.
Outros assuntos em discussão na reunião do Conselho da FIFA, que terá lugar em Kigali, Ruanda, incluem o regresso da regulamentação sobre os empresários dos jogadores, várias medidas para tornar as transferências de atletas mais transparentes, e a introdução do mecanismo de solidariedade – pagamento de 5 por cento do valor de uma compra aos clubes formadores – para transferências dentro do mesmo país, desde que “com dimensão internacional”.»
1 comentários:
Uma medida lógica que apenas peca por tardia. Evitava-se muitas dúvidas e suspeitas que se geram semanas após semanas.
26 de outubro de 2018 às 17:57Porque se, em alguns casos, é notório que há jogadores que reagem bem a essa situação, dando o seu máximo contra o clube-mãe, outros há que fazem más exibições inexplicáveis. Sem entrar em mais suspeitas, imagine-se a pressão que é ter que marcar um penaltie decisivo no estádio do clube-mãe defendendo outras cores? O jogador não precisa de estar comprado para tal, bastas vezes só o medo de marcar e celebrar, e depois ouvir a reação irada dos adeptos contrários, leva o jogador a temer que uma situação destas o impeça de jogar no clube-mãe no ano seguinte.
Assim evita-se isto. Até defendo o mesmo para os jogadores de formação, apenas se poderá emprestar dois. Isto evitaria plantéis enormes, e colocaria os jogadores da formação com mais destaque, porque são tantos os miúdos emprestados que por vezes, se diluem nas épocas.
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