P. Ferreira 1-2 Benfica: belo jogo de futebol na Mata Real

P. Ferreira 1-2 Benfica: belo jogo de futebol na Mata Real

Jogo espectacular em Paços de Ferreira a contar para a 22ª Jornada da Liga Zon Sagres com muita velocidade, intensidade, emoção e bons golos.

O Benfica escapou a um KO técnico no campeonato deste ano quando aos 60 minutos se encontrava a perder por 1-0, com o Paços de Ferreira completamente em cima dos encarnados e com a defesa dos de Lisboa numa pura desorganização. Não aproveitou a equipa da casa e foi das primeiras vezes na minha vida que vi a velha máxima do futebol quem não marca sofre funcionar a favor do SLB que deu a volta no marcador a um jogo que muitos já teriam dado como perdido. 2-1 resultado final com os treinadores de cada lado a queixarem-se da arbitragem de Bruno Esteves.

Depois do surpreendente empate de ontem do líder FCP o Benfica viu as esperanças de conquistar o título nacional renascerem, precisando de somar os 3 pontos na deslocação ao campo do Paços de Ferreira. Para além disso, era imperioso para os da Luz quebrar o ciclo de três jogos sem vitórias a contar para o campeonato. Os visitados, desde a chegada do treinador Henrique Calisto, têm feito uma recuperação notável no campeonato e nos últimos 6 jogos para a Liga tinham vencido 4 partidas.

Estádio da Mata Real com casa muito bem composta, mais uma onda vermelha, com Jorge Jesus a apostar em Javier Saviola para o lugar dos lesionados Rodrigo e P. Aimar; Capdevilla para a posição do castigado Emerson e Gaitán no banco. Recebi com boas expectativas a notícia deste onze titular numa boa ocasião para ver dois jogadores que sempre pensei deviam ter mais oportunidades na equipa vermelha - Saviola e Capdevilla.

Entrou bem o Benfica em jogo na 1ª parte com velocidade quer no passe quer nas desmarcações e podia, nos primeiros 25 minutos, por intermédio de Nolito, Saviola, Cardozo ou Bruno César ter-se adiantado no marcador. A equipa da capital do móvel também teve uma boa chance, aos 9 minutos, num remate de Michel que Artur parou com dificuldade. Não marcou a equipa de Jorge Jesus cedo e já sabemos que quando, nos jogos fora de casa, não o faz o jogo fica mais complicado.

Meio dito meio feito, minuto 28, ataque conduzido na esquerda por Luisinho e Melgarejo, que está num momento de forma fantástico, cruzamento para o centro da área para emenda de Manuel José, parada por grande defesa de Artur mas Michel, à vontade, a fazer a recarga e a inaugurar o marcador.

O Benfica sentiu muito o golo, Jesus disse no final que o cansaço do jogo da Champions também jogou a seguir ao 1º golo, e não consegui tomar conta do jogo nos derradeiros minutos da 1ª parte.

Nota para um possível penalty sobre Bruno César ao minuto 40; sinceramente não sei que pense do lance, existe contacto sem bola do defesa do Paços mas Bruno César atira-se um bocado para provocar o contacto. Qualquer das decisões se aceitava, só o amarelo para o jogador encarnado é que nem pensar pois existe contacto.

Jorge Jesus, visivelmente descontente com a exibição dos primeiros 45 minutos, substituiu um Saviola sem ritmo e o espanhol Nolito; entraram para os respectivos lugares Nélson Oliveira e Gaitán. Estas substituições não surtiram efeito pois o maior problema estava em parar o endiabrado Melgarejo e nos primeiros 15 minutos da 2ª parte existiu um autêntico massacre do Paços de Ferreira ao Benfica, com vários remates, uma bola ao poste e uma defesa soberba de Artur. Completamente aos papéis a defesa encarnada com jogadores amarelos a aparecerem de todos os lados sem que ninguém os parasse.

Mas lá está, não marcou o Paços de Ferreira marcou o Benfica, no primeiro remate dos lisboetas na etapa complementar. Grande arrancada de Nélson Oliveira, uma delícia a capacidade de explosão deste miúdo, cruzamento tenso com Cardozo a deixar passar e Gaitán a aparecer para marcar o golo do empate. Mérito, também para Jorge Jesus, pois foram os dois jogadores que o treinador meteu em campo para dar a volta ao texto a fazerem precisamente isso.

Desta vez foi o Paços que sentiu muito o golo, quer psicológica quer fisicamente, e nem 5 minutos depois Bruno César, na conversão exemplar de um livre directo, dava a volta ao marcador. Que grande golo Bruno!

 

Antes o brasileiro tinha estado em destaque no lance que os da casa se queixam a Bruno Esteves, já com amarelo, apesar de como já escrevi o 1º cartão ser injusto, tem uma entrada dura e podia ter sido expulso. Para os balneários mais cedo foi Michel do Paços de Ferreira, num lance sem qualquer margem para dúvidas e castigando todo um jogo muito faltoso do jogador da casa. Estavam, então, decorridos 75 minutos da partida e, agora contra 10, o Benfica podia suspirar de alívio. Mesmo a terminar o encontro ainda houve mais uma expulsão para o Paços de Ferreira num lance em que Ricardo não faz falta sobre Bruno César mas protesta demasiado o erro do árbitro assistente e vê o cartão vermelho directo.

Cola-se, assim, o Benfica ao FC Porto na topo da Liga - 1 ponto de desvantagem para os de Lisboa, que na verdade são dois e mesmos pontos que o Braga.

Foi uma vitória extremamente saborosa num jogo em que o Benfica soube ressuscitar e virar um jogo que esteva perdido; são nestes jogos que se ganham ou perdem campeonatos. Palavra final para o Paços de Ferreira, um digno vencido; caiu de cabeça levantada a equipa de Calisto.

Figura do jogo: estou capaz de escrever Avê César! Exibição muito conseguida de Bruno César coroada com um golaço que deu os 3 pontos num jogo muito difícil para a sua equipa.

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