Sporting-Porto: 0-0 que não deixa ninguém sorrir

Sporting-Porto: 0-0 que não deixa ninguém sorrir

Acabou sem golos o primeiro clássico de 2012. Sem golos e com pouco futebol dentro de campo este não é um clássico que vá ficar na memória, ou talvez só na memória dos benfiquistas. O Benfica poderá ser o grande beneficiado do jogo de sábado caso cumpra e vença a U. Leiria.

Acima de tudo, as duas equipas e técnicos não quiseram perder e, no futebol, quando isto sucede, é o 0-0 que mais vezes acontece.

Onze do Sporting com algumas surpresas: Matías Fernandez no banco com Carrillo a titular e Renato Neto com entrada directa no meio campo do SCP. A aposta no trinco pareceu-me um sinal de respeito de Domingos à equipa do Porto e ao seu meio campo ofensivo. Acho que foi um erro do técnico leonino, o SCP tinha que usar o factor casa para empurrar o Porto para a sua área e impedir assim que a bola chegasse a Hulk em condições. Com M. Fernandez o SCP poderia ter entrado com outra raça e criatividade no jogo e, talvez, assustado um FCP que já se viu este ano se assusta com pressão alta e quando fica sem a bola.

Já a aposta em Carrillo na direita entende-se como uma tentativa de tapar Álvaro Pereira e as suas subidas que dão a principal dinâmica ao ataque do FC Porto. O problema foi que o jovem peruano não deu uma para a caixa e pareceu acusar a pressão de um primeiro clássico a titular.

Onze de Vítor Pereira sem surpresas, Rodriguez a titular e Belluschi no lugar de Defour.

Muita expectativa para ver como era o regresso destes emblemas depois da longa pausa no campeonato e como entravam nos primeiros 15 minutos. Resposta mais positiva do Porto que entrou melhor, com o domínio do jogo através de um meio campo muito personalizado e com forte e precisa pressão ao do SCP. E, sinceramente, foi esta a ideia que me ficou do jogo inteiro, apesar de ter havido etapas em que o Sporting esteve forte, o Porto venceu o duelo a meio campo e o Sporting nunca se sentiu bem a construir jogo, grande jogo de Fernando e Moutinho a secar Schaars e Elias, este último que me começa a parecer um flop. Já no jogo com o Benfica o SCP perdeu o meio campo e fica a ideia que Domingos não vai vencer nunca este duelo se jogar com a referida dupla e mais um trinco.

Apesar destas considerações, sobre o meio campo do Porto, o técnico portista continua a errar fortemente na aposta de Hulk a ponta de lança. Acho mesmo que é o único português que não vê este erro crasso. Quem é Djalma para empurrar Hulk do seu lugar? Não se entende. Também a defesa do Porto continua a mostrar grande intranquilidade com perdas de bola no seu meio campo defensivo comprometedoras.

Vistas as considerações mais táticas as melhores oportunidades de golo foram do Sporting, mas sempre com esta ideia de serem jogadas pontuais nunca um rolo de ideias atacantes. Da primeira parte fica uma grande defesa de Helton a remate de Polga e outra de Rui Patrício a remate de Maicon.

Voltou a entrar melhor o Porto na segunda parte mas foi de Van Wolfswinkel a grande oportunidade de jogo quando ganhou na raça à defesa do Porto e no cara a cara com o GR do Porto permitiu a defesa de Helton.

Segundo tempo que só atingiu o seu ponto de maior interesse já na etapa final com duas oportunidades de golo uma para cada lado. Valeram os defesas que em cima da linha impediram que o marcador sofresse alterações.

Quanto aos técnicos foi Domingos o primeiro a mexer, prescindindo de Renato Neto (finalmente diga-se), que estava a funcionar como tampão na zona central, para lançar Matías. Vítor Pereira entrou no jogo quando trocou Djalma por James. Ou seja, as primeiras substituições dos técnicos foram para corrigir erros e opções que não deviam ter sido feitas a quando da escolha dos titulares.

Individualmente destaques positivos para Hulk e Insúa e negativos para Capel e Djalma.

Empate justo...Fica a imagem de um jogo intenso e disputado a meio campo mas sem grande qualidade no futebol jogado. Feitas as contas, ninguém saiu de Alvalade a sorrir.