Crise de Valores

Crise de Valores

Então, bastou o Sérgio Conceição vencer uma Taça para voltarmos a esta loucura? Não conseguimos mesmo perceber o que falta ao clube e a verdadeira raiz do problema? Que a grande crise deste Vietname 2.0 é uma crise de valores?

Alguém tinha dúvidas de que ele é um bom treinador? Só quem não quer ver. Então em provas a eliminar o seu currículo é absolutamente notável. Mas ser um bom treinador, por si só, nunca foi suficiente para liderar um clube como o Benfica. No SLB, a exigência vai além dos troféus.

O problema com Sérgio Conceição não está na sua qualidade enquanto treinador, mas nos valores que representa: o seu portismo ferrenho, moldado por décadas de convivência com o estilo de liderança de Pinto da Costa, é mais do que evidente. A sua postura no futebol — marcada por um mau perder crónico, atitudes frequentemente antidesportivas e falta de respeito pelo rival e uma obsessão em ganhar a qualquer custo — é a antítese dos princípios que queremos no Benfica.

A contratação de alguém como Sérgio Conceição representaria uma cedência perigosa. Seria abdicar de valores que sempre defendemos para nos transformarmos em mais um clube disposto a tudo para vencer. Isso não é ser Benfica. Isso é ser apenas mais um. E nós nunca fomos, nem queremos ser, apenas mais um.

O sucesso do Benfica tem de assentar em valores, não em atalhos nem em acordos com pessoas que não refletem aquilo que queremos ser. Afinal, o Benfica não é apenas um clube de futebol. É uma instituição que inspira gerações e que tem o dever de dar o exemplo, dentro e fora das quatro linhas.

Por isso, sim, Sérgio Conceição é um bom treinador. Mas nunca será o treinador certo para o Benfica.