Treinadores antevêem Final do Euro 2012
Fica o resumo do UEFA.com das conferências de imprensa dos dois seleccionadores finalistas:
Cesare
Prandelli e Vicente del Bosque anteciparam um espectáculo à altura do
acontecimento, quando Itália e Espanha se defrontarem na final do UEFA
EURO 2012, encerrando 24 dias memoráveis na Polónia e na Ucrânia.
De
forma contrastante, os finalistas têm sido as equipas mais
impressionantes no torneio e, exactamente três semanas depois do
interessante empate 1-1 em Gdansk, os caminhos de ambos voltam a
cruzar-se. Na véspera do terceiro confronto em menos de 12 meses, houve
muito respeito mútuo em Kiev, mas não menos determinação, à medida que a
Espanha procura a conquista do terceiro torneio de selecções
consecutivo e a Itália o segundo título europeu.
"Trabalhámos
bastante durante vários anos e gostaríamos que a vitória coroasse esse
trabalho", disse Del Bosque, cuja equipa não conseguiu vencer a Itália
nos últimos dez jogos oficiais entre ambos, apesar de ter levado a
melhor nos quartos-de-final do UEFA EURO 2008, no desempate por
penalties. "Não podemos olhar para trás. A Itália ganhou o Mundial
quatro vezes; nós ganhámos o EURO há quatro anos. Existe alguma
história, mas temos de pensar no presente. Realizámos percursos
semelhantes, estivemos no mesmo grupo e ganhámos nos penalties. O nosso
estilo de jogo também é muito parecido, por isso não existe muita
diferença entre as equipas."
Por isso, Prandelli acredita que a
melhor esperança da Itália reside numa abordagem ofensiva. "Espero
realmente que consigamos ser positivos e capazes de pressionar o
adversário", afirmou. "
O ponto forte da Espanha não é apenas a posse da bola, mas também a forma como a recupera. Temos de escolher os momentos certose trabalhar a superioridade numérica em certas zonas. Não esperamos estar no controlo do jogo do primeiro ao último minuto, mas sabemos que podemos praticar o nosso futebol caso a oportunidade apareça."
Este
estilo expansivo produziu exibições impressionantes frente a Inglaterra
e Alemanha na fase a eliminar, à medida que a campanha dos "azzurri"
ganhou força. "Mesmo na fase de qualificação tentámos utilizar os pontos
fortes dos nossos jogadores", explicou Prandelli. "Arriscámos um pouco
nesta abordagem, já que é um caminho difícil pelo qual enveredar, mas
precisamos de o prosseguir porque, eventualmente, vai dar resultado."
Prandelli pode ter razão mais cedo do que espera e Del Bosque elogiou a sua bravura. "
A Itália mudou; começou bem frente a nós e continuou a melhorar, por isso é um rival dignopara a final", disse o seleccionador da Espanha. "Tem-se verificado uma mudança profunda no futebol italiano nos últimos anos e vão actuar da mesma forma que em jogos anteriores. Quem tivesse jogado como eles, também estaria na final; mereceram o apuramento."
O empate na
primeira jornada pôs fim à série de 14 vitórias consecutivas da Espanha
em jogos oficiais, apesar de permanecer invicta há 19 partidas e de não
ter sofrido golos há 419 minutes, precisamente desde o apontado por
Antonio Di Natale e que deu vantagem à Itália, algo a dar muito que
pensar a Prandelli. "Espero a Espanha habitual: uma equipa valorosa que
mantém a posse de bola, mas também pressiona", disse. "É a defesa menos
batida do torneio e, mesmo que jogue sem avançado fixo, pode sempre
criar espaço."
A última vez que a Espanha perdeu no Campeonato da
Europa foi há oito anos e 28 jogos e, apesar de ambos os seleccionadores
considerarem a notável série de sucesso espanhola "aborrecida",
Prandelli reconhece a dificuldade do desafio que o espera. "Ao longo dos
últimos anos, a Espanha acaba sempre por emergir vitoriosa. Mostrou que
é a melhor selecção do Mundo, joga da sua própria maneira e manteve-se
fiel à sua filosofia. Sempre dissemos que era o alvo a abater." A sua
equipa tem agora a oportunidade de o conseguir.