O Celtic de Glasgow venceu na passada semana a Taça da Liga da Escócia e conseguiu conquistar o seu troféu número 100!
Fiquei curioso e andei a ver que outros clubes atingiram, ou estão perto, desta marca. Deixo a lista a que juntei os clubes com mais títulos nos países mais representativos do futebol na Europa:
Rangers
Escócia
115
Lienfield
Irlanda do Norte
102*
Celtic
Escócia
100
Barcelona
Espanha
83
Real Madrid
Espanha
81
Benfica
Portugal
78
FC Porto
Portugal
74
Olympiakos
Grécia
74
Ajax
Holanda
69
Man. United
Inglaterra
64
Anderlecht
Bélgica
62
Juventus
Itália
61
Liverpool
Inglaterra
60
Bayern Munique
Alemanha
59
Steau Bucareste
Roménia
58
CSKA Sofia
Bulgária
55
Galatasaray
Turquia
54
Estrela Vermelha
Sérvia
53
Spartak Moscovo
Rússia e URSS
35
Legia Varsóvia
Polónia
32
PSG
França
30
* - O Lienfield tem mais de 200 títulos mas apenas considerei a Liga, Taça e Taça da Liga.
Que assistimos a uma das mais extraordinárias estatísticas de sempre no desporto! Acho que não são precisas muitas palavras...
Esta é a magia do desporto rei, digam o que disserem, este tipo de estatística, com a vitória para o lado dos "massacrados", era impossível em qualquer um dos outros principais desportos.
O talento não tem idade, isso mesmo fizeram questão de relembrar recentemente Celtic e Galatasaray: na Escócia, os católicos de Glasgow deram a conhecer a todo o mundo o nome de Karamoko Dembele, um menino de 13 anos de origem costa-marfinense que se estreou pela equipa sub-20; na Turquia, o gigante de Istambul aproveitou um jogo particular para lançar na equipa principal Mustafa Kapi, um médio de apenas 14 anos.
Dembele e Kapi são apenas os mais recentes exemplos de "jovens-prodígio" cujo talento precoce os fez saltar etapas nos relvados. O primeiro, cuja habilidade técnica estonteante aos 13 anos lhe vale já a (sempre perigosa) alcunha de "novo Messi", passou em apenas três meses dos torneios de infantis para a equipa de sub-20 do Celtic, tendo jogado os últimos dez minutos do desafio contra o Hearts . Já o turco Kapi carrega aos 14 anos a alcunha de "novo Pogba" e chegou ainda mais longe, ao jogar os últimos dois minutos do particular entre as equipas principais do Galatasaray e do Levski de Sofia, no último sábado.
"Temos muita esperança em Mustafa, é um dos nossos grandes talentos e queremos demonstrar que pode treinar e jogar com a equipa principal", justificou o treinador do Galatasaray, o holandês Jan Olde Riekerink, um ex-adjunto de Co Adriaanse no FC Porto. "É o dia mais feliz da minha vida", partilhou o jovem médio nas redes sociais, garantindo que vai "continuar a trabalhar no duro" para corresponder às expetativas de treinador e adeptos.
De Adu a Odegaard, os alertas
Esse é o maior desafio que enfrentam agora Dembele e Kapi: corresponder às elevadas expetativas que um talento tão precoce gera em seu redor. Num mundo do futebol onde a deteção e exploração do talento se faz cada vez mais cedo, o aparecimento destes jovens-prodígio nem sempre é sinónimo de uma carreira brilhante. Sobram exemplos, do já estafado Freddy Adu ao mais recente Martin Odegaard.
Adu, o norte-americano de origem ganesa que aos 14 anos ia ser "maior do que Pelé"viu como o salto para a Europa, aos 18 anos, pela porta do Benfica, o fez cair num abismo que passou por várias paisagens inóspitas do futebol e incluiu até um alegado anúncio de publicidade a aspiradores. Joga agora, aos 27 anos, no Tampa Bay Rowdies, da North American Soccer League (NASL), uma espécie de segunda divisão norte-americana.
Já Odegaard chamou a atenção com apenas 15 anos, jogando pelo Stromsgodset na liga norueguesa e estreando-se meses depois na seleção principal. O Real Madrid não perdeu muito tempo a garantir a suposta next big thing do futebol europeu, mas o norueguês - que com 16 anos se tornou o mais jovem de sempre a vestir a camisola dos merengues na Liga espanhola, num jogo contra o Getafe em que entrou para substituir Cristiano Ronaldo -, tem sentido dificuldades para manter o hype e, com 17 anos, vai jogando no Castilla, a equipa satélite.
Pelé aos 15, Messi aos 16 e CR...17
Em 2009, a primeira divisão boliviana ganhou um ponto de interesse inesperado. A três dias de completar 13 anos, Mauricio Baldivieso conseguia ser notícia ao estrear-se com a camisola principal do Aurora, equipa treinada pelo seu pai, Julio César. É o caso de maior precocidade de que há registo.
Mas outros nomes bem famosos do futebol mundial começaram também bastante cedo a construir a fama nos relvados. Radamel Falcao, por exemplo: o atual avançado do Monaco, que brilhou com a camisola do FC Porto, começou a jogar aos 13 anos na equipa principal do Lanceros Boyacá, da Primeira B da Colômbia.
Pelé, "o Rei", irrompeu pelos relvados brasileiros aos 15 anos e aos 17 já carregava o Brasil às costas para o seu primeiro título mundial (1958). O seu arquirrival histórico, Diego Maradona, também se estreou aos 15 anos na primeira divisão argentina, pelos Argentinos Juniors, num recorde que só foi batido 30 anos depois por Aguero, atualmente no Manchester City e que curiosamente seria genro de El Pibe.
Quanto aos maiores nomes do futebol atual, também revelaram cedo o respetivo talento. Messi estreou-se pelo equipa principal do Barcelona com 16 anos, a 16 de novembro de 2003, no jogo de inauguração do Estádio do Dragão. Cristiano Ronaldo foi lançado por Bolöni na equipa do Sporting aos 17 anos, numa pré-eliminatória da Liga dos Campeões, frente ao Inter. Mais precoce do que eles foi Neymar, que aos 15 anos já vestia a camisola principal do Santos, tal como Pelé.
O recorde de Bruno Gama
Na Liga portuguesa, o recorde em vigor é atribuído a Bruno Gama: aos 16 anos, quatro meses e 26 dias, o então jovem avançado do Sp. Braga foi lançado por Jesualdo Ferreira ao minuto 63 de um jogo contra o U. Leiria. Atualmente com 28 anos, o internacional português, que já passou por FC Porto, Rio Ave ou Dnipro, joga no Deportivo da Corunha, da Liga espanhola.