Video-árbitro não dependerá da realização televisiva
Na I Liga 2017-18 o videoárbitro (VAR) estará em ação, mas os lances não serão analisados pela transmissão.
Muitas têm sido as críticas às realizações dos jogos da I Liga. Os rivais do Benfica já apontaram o dedo à forma como os jogos são transmitidos pela BTV - o último exemplo foi mesmo a suposta agressão de Samaris a Alex Telles no clássico com o FC Porto - e mesmo as águias já apontaram falhas à realização da Sport TV.
Com o anúncio, ontem, da implementação do videoárbitro (VAR) na próxima edição da I Liga, importava esclarecer como evitar a polémica com as realizações televisivas e se estas não seriam o próximo foco de problemas. Nesse sentido, o DN questionou os três grandes, a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre a necessidade ou não de uniformizar as realizações com o objetivo de afastar suspeitas futuras de manipulação das imagens.
Fonte da FPF garante que o papel do realizador não será determinante na utilização do videoárbitro: "O VAR não vai estar sujeito à mediação do realizador de cada transmissão, ao contrário de quem está a ver o jogo pela televisão. O VAR está numa carrinha, ao lado do carro de exteriores, e tem acesso em tempo real ao que cada câmara filma e depois pode "puxar" a imagem da câmara que pretender, para analisar sem estar dependente do filtro que chega aos telespectadores."
O ex-árbitro Duarte Gomes, que esteve no projeto-piloto na final da Taça da Liga da época passada, corrobora a versão da FPF e explica que o receio de "eventuais filtros da B TV e da Sport TV não se coloca porque o VAR vai ter acesso a todas as câmaras e, em jogos que se justifiquem, a empresa tecnológica que patrocina o projeto irá colocar câmaras extra".
Idoneidade e imparcialidade
O FC Porto foi o único dos três grandes que respondeu ao DN, deixando um alerta. "O FC Porto é sempre a favor de tudo o que possa ajudar os árbitros a diminuir os erros da arbitragem e, por isso, naturalmente que é a favor do videoárbitro. Dito isto, o FC Porto alerta para a importância das pessoas que vão desempenhar o papel de VAR, a sua idoneidade e imparcialidade, e também se está garantida igualdade na realização dos jogos, ou seja, que todos os jogos serão realizados da mesma forma, com todos os mesmos meios, para que árbitros e videoárbitros possam exercer bem a sua função, em igualdade para todas as equipas das competições", realçou o clube , por e-mail, ao DN."O FC Porto relembra o exemplo de Inglaterra, em que a uniformização das transmissões é garantida pela entidade que gere o campeonato."
Já a Liga, depois de saudar o anúncio federativo, referiu ao DN estar completamente disponível "para colaborar com a FPF" na implementação do VAR, remetendo a questão da uniformização das transmissões para o protocolo com o International Board. Assim, no dia em que foi anunciada formalmente a utilização do VAR a partir da próxima época - só pode ser utilizado em lances de golo, de penáltis, cartões vermelhos e trocas de identidade de jogadores - multiplicaram-se aplausos para a decisão da FPF, desde os clubes (três grandes incluídos) à associação dos árbitros (APAF) .
Durante o verão, trabalho não faltará. "Será preciso perceber os estádios que estão preparados para receber a fibra ótica. Penso que os estádios dos grandes centros e os da Madeira estão bem preparados. A fibra ótica reduz para menos de um segundo o delay, sendo que o máximo aconselhável será de 1,7 segundos. Com a fibra ótica o VAR pode estar na Cidade do Futebol a comunicar por um sistema encriptado, o que pouparia muitos custos", explica, em jeito de conclusão, Duarte Gomes ao DN.
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