Luís Figo avança para a presidência da FIFA
Luís Figo, antigo internacional Português e antigo jogador do Sporting, Barcelona e Real Madrid, anunciou ontem a sua candidatura ao cargo de Presidente da FIFA, o posto mais importante da hierarquia do futebol mundial.
O futebolista mais internacional de sempre pela selecção portuguesa é o sexto a avançar para o lugar, mas só nesta quinta-feira a FIFA irá fechar o prazo de entrega das candidaturas às eleições que se realizam a 29 de Maio próximo. O antigo jogador de 42 anos avança com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e de quatro outras federaçõs, tal como exigem os regulamentos. Junta-se assim ao próprio Joseph Blatter, presidente da FIFA desde 1998, ao francês Jerôme Champagne, ao príncipe da Jordânia Ali Bin Al-Hussein e ao holandês Michael van Praag.
Blatter favorito
Para algum dos candidatos ganhar à primeira volta, precisa de recolher, pelo menos, dois terços das 209 federações nacionais filiadas na FIFA. Figo já tem o apoio de cinco (não se sabe se são todas europeias), mas, à partida, não terá o apoio de todos os membros da UEFA (53). Van Praag tem o apoio da federação do seu país, da Bélgica, Suécia, Escócia, Roménia e Ilhas Feroé, enquanto o príncipe da Jordânia conta com o apoio da Federação Inglesa — de Champagne e Ginola não se conhecem apoios.
Já Blatter, estima-se que tenha o apoio da maioria das federações africanas (53 votos), pelo menos metade das asiáticas (47), e, provavelmente, a maioria ou a totalidade na América do Sul (10), Ocêania (11) e América do Norte, Central e Caraíbas (35). “Ninguém é intocável. Quem pensar assim, está errado. Claro que ele está lá desde 1998 e pode ser o favorito para muita gente. Tenho a esperança e a energia e posso dizer que, para mim, é um desafio fantástico tentar convencer as pessoas a seguirem-me”, declarou Figo na entrevista à CNN em que anunciou a candidatura.
Figo irá financiar a sua própria campanha que terá como director Tiago Craveiro, secretário geral da FPF. “Posso pagar as minhas despesas”, garantiu à CNN, frisando que está preparado, apesar de admitir que ainda tem muito para aprender. Uma das ideias que deixou na entrevista é a de que é necessário haver uma melhor distribuição das receitas da FIFA. “A prioridade é saber o que as federações precisam, aumentar-lhes os pagamentos de solidariedade. A FIFA tem tantas reservas que pertencem às federações”, referiu Figo, que também tem como objectivo travar a fuga dos patrocinadores. O português entende que o organismo está descredibilizado: “Do que eu vejo da imagem da FIFA não gosto. (...) Se pesquisar FIFA na internet, a primeira palavra que aparece é escândalo. É isso que temos de mudar. O futebol merece muito mais".
"Fui jogador profissional, trabalhei no jogo a todos os níveis e penso que sei o que é bom para ele", afirmou, num vídeo publicado no site da FPF. "Devo ao futebol o que sou e sinto que chegou a hora de retribuir tudo o que recebi ao longo de tantos anos. Foi uma decisão ponderada, assente na vontade de mudança, numa visão reformadora e na necessidade de dar mais transparência a uma instituição que vai perdendo credibilidade".
Além do apoio da FPF, Figo recebeu palavras de incentivo do melhor treinador português. "Acho que a candidatura de Luís Figo é uma boa notícia para o futebol. A sua carreira no futebol é uma garantia para o futuro da FIFA", afirmou José Mourinho em declarações à agência Lusa. "Conheço-lhe o carácter, a determinação e a sua paixão pelo futebol. Será um presidente focado no futebol, a pensar o jogo e tudo o que pode ser melhorado e um presidente próximo das federações".
Fonte: publico.pt/desporto
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