Ronaldo e os primeiros passos de um ídolo

Ronaldo e os primeiros passos de um ídolo

Mais uma homenagem que faço neste cantinho ao meu ídolo de infância (AQUI e AQUI) e um dos grandes responsáveis pelo meu amor ao futebol! Ronaldo! O mais engraçado é que há uns anos quem é que eu vi num bar em Paris?!?! O próprio Ronaldo! Um dos poucos craques de futebol que vi fora dos relvados. Ainda lhe falei mas ele não ligou nada... Craque!

Este post é centrado na sua carreira de jovem no Brasil, a parte menos conhecida da sua vida futebolística:

«A história de glória de um garoto pobre, que cresceu em uma casa simples no bairro de Bento Ribeiro, no subúrbio do Rio de Janeiro, começou a ser escrita em Setembro de 76.

Mais novo dos três filhos de Nélio e Sônia, sorveteira, Ronaldo dormia no sofá da sala. Teve uma infância pobre, embora não miserável. O nome surgiu por causa de uma homenagem feita ao médico Ronaldo Valente, que buscou Dona Sónia em casa no dia 18 de setembro de 1976 em um fusquinha e a levou para o hospital São Francisco Xavier, em Itaguaí, para o parto. O doutor foi também padrinho do atacante, que demorou para ser registado... Seu Nélio perdeu o prazo e acabou falando que o filho tinha nascido no dia 22 de setembro - quatro dias depois da data verdadeira - para evitar a cobrança de uma multa no cartório de Cascadura.

Era mais fácil encontrar Ronaldo jogando bola nas ruas de Bento Gonçalves do que nas salas de aulas no Colégio Nossa Senhora de Aparecida. Não era um bom aluno, não se sentia à vontade naquele ambiente académico. Nas salas de aulas deixava de ser o garoto admirado pelo futebol apurado e passava a ser vítima de brincadeiras e piadas dos amigos por causa dos dentes incisivos abertos. Não demorou para ganhar o apelido de Mônica, famosa personagem das história de Maurício de Souza. Enquanto construía uma má reputação na escola, Ronaldo ganhava fama entre os pelados do bairro.

Não demorou para baterem na porta da casa número 114 da rua General César Obino. Ronaldo recebeu um convite para virar sócio-atleta do Valqueire Tênis Clube. Não havia vaga no plantel jovem. Acabou virando GR. Não deu certo. A formação estava em último lugar no Campeonato Carioca de futebol de salão. O técnico Marquinhos resolveu, então, radicalizar. Conhecendo a fama de "Dadado", resolveu colocá-lo em uma partida no ataque. Resultado: Ronaldo fez 4 golos na vitória por 5 a 4 em cima do Vasco, então líder da competição.

A exibição chamou a atenção de um supervisor do Social Ramos, uma outra equipa que disputava o Carioca. E logo Ronaldo trocaria de clube. O Social Ramos era mais tradicional, disputava o Campeonato Metropolitano. Foi quando o atacante ganhou fama entre quem acompanhava a competição. "Dadado" fez 166 golos na temporada. Passou a ser visto como um garoto extraordinário. E a ideia de seguir os passos do ídolo Zico amadureceram na cabeça de Ronaldo. Aos 12 anos, ele tinha fixo na cabeça que queria jogar no Flamengo. Era o clube do coração, o que pagava bem, o que revelava bons jogadores.

 No Social Ramos

A vontade e a determinação fizeram Ronaldo descobrir o dia e a hora de uma peneira. Apanhou dois autocarros até chegar à Gávea e fazer o teste com outros 400 garotos. Passou. Mas não tinha como pagar o transporte para ir treinar todos os dias. E não conseguiu ajuda no Flamengo. Precisou desistir da ideia. Acabou, então, em São Cristóvão. Um convênio com o Social Ramos levou o atacante aos primeiros treinos no clube. O técnico Roberto Gaglianone logo percebeu que havia ali um jogador diferenciado. Conseguiu, então, que o diretor Ary de Sá pagasse o trem de Bento Ribeiro até a Central.

No dia 12 de agosto de 1990, Ronaldo fez seu primeiro jogo pelo São Cristóvão. E marcou 3 golos na vitória por 5 a 2 sobre o Tomazinho. No total, foram 8 golos em 12 jogos naquele ano.

 De saída do São Cristóvão

No seguinte, já no infantil, foram 28 jogos e 17 golos. Ronaldo, lógico, despertou a atenção de empresários. Por indicação de Jairzinho, o Furacão do Tri, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins compraram o passe do atacante aos 15 anos pagando apenas US$ 7,5 mil ao São Cristóvão, em 1992. Apesar do valor irrisório da venda, o São Cristóvão lucrou bastante com o sucesso de Ronaldo. De acordo com o Estatuto de Transferência do Jogador, editado pela FIFA em outubro de 2003, todo clube formador de atleta tem direito a 5% de cada transferência do pupilo. Com isso, o clube carioca faturou R$ 1.269.849 do Real Madrid e mais R$ 122.363 do Milan.

Reinaldo Pitta e Alexandre Martins tentaram levar Ronaldo para o São Paulo e para o Botafogo. Mas não tiveram sucesso. A primeira ideia da dupla era vender 50% do passe do atacante para o Alvinegro, que seria uma boa montra. Mas o clube carioca não quis. Já com o Tricolor a proposta era oferecer Ronaldo por R$ 25 mil, que só queria pagar R$ 15 mil.

Foram dois anos e meio jogando nas divisões de base do São Cristóvão, onde marcou 44 gols em 73 jogos. Em 1993, Ronaldo foi convocado para disputar o Sul-Americano sub-17 com a seleção brasileira. Apesar do fracasso - o Brasil terminou em quarto lugar e ficou fora do Campeonato Mundial da categoria pela primeira e única vez da história - o atacante se salvou e foi o artilheiro da competição com 8 golos. Motivo suficiente para chamar a atenção do Cruzeiro.

Pouco tempo depois, o atacante desembarcava em Belo Horizonte para começar a brilhar. O time mineiro aceitou pagar US$ 50 mil por 55% dos direitos económicos do jogador. Era conhecido ainda apenas como "Ronaldo Luís".

Aos 16 anos no Cruzeiro de Belo horizonte

Sua estreia com a camisa do Cruzeiro aconteceu em em março de 1993, contra o Botafogo de Matosinhos-MG, na preliminar de Cruzeiro e Desportiva-ES, pela Copa do Brasil, no Mineirão. Ronaldo marcou dois golos na goleada por 4 a 1. Pouco depois conquistou a Supertaça Minas Gerais e a Copa Belo Horizonte de Futebol Júnior tornando-se o melhor marcador em ambas as competições. 

Quando o Cruzeiro avançou para a fase semifinal da Copa do Brasil, o técnico Pinheiro poupou os titulares e chamou as reservas para as partidas do Campeonato Mineiro. Foi chamado ao 11 titular contra a Caldense e fez sua estreia entre os profissionais aos 16 anos no dia 25 de maio de 1993, em Poços de Caldas.

Aos 16 anos, Ronaldo fez sua estreia no futebol profissional. Foi no dia 25 de maio de 1993, pelo Campeonato Mineiro. Mesmo quando não era relacionado para as partidas, Ronaldo se concentrava com a equipa principal principal. E acompanhou a delegação do plantel a Porto Alegre, onde ocorreria a decisão da Copa do Brasil contra o Grêmio. Em agosto, viajou para disputar amigáveis na Europa. Fez o primeiro golo como profissional ao Belenenses.

Voltou da excursão por Portugal despertando interesses de dirigentes italianos. O Cruzeiro recebeu a primeira sondagem do Inter de Milão, recusada mesmo com proposta de 500 mil dólares (o que significava uma valorização de 1.000% em cinco meses). Preferiu apostar na revelação e ficou com o jovem atacante mais uma temporada. Deu certo. Era o início de uma carreira de glórias... »

Fonte do texto: globo.com

No Brasileirão de 1993, Ronaldo marcou 12 golos em 14 jogos e foi o terceiro maior goleador do campeonato. Sua atuação mais memorável aconteceu contra o Bahia, quando o atacante marcou 5 golos (no vídeo em baixo).

Nesse ano de 1993 foi chamado para disputar disputar o Sul-Americano Sub-17 na Colômbia. (foto da direita). Resultado: 8 golos e melhor marcador da competição.

Na temporada seguinte, em 1994, Ronaldo seguiu mais uma vez como destaque do Cruzeiro. O atacante foi o artilheiro do Campeonato Mineiro, com 22 golos. A pressão dos tubarões europeus era já demais e, numa transferência de 6 milhões de dólares, é comprado pelo PSV Eindhoven. Ronaldo deixou o Cruzeiro pouco antes da Copa do Mundo de 1994, com uma expressiva marca de 44 golos em 46 partidas.

Dois anos depois, 1996, era já considerado, pela FIFA, o melhor jogador do mundo! Merda, para a puta daqueles joelhos!