Se eu fosse director do futebol do SLB...
Depois de escrever a crónica do derby de sábado deparei-me com o facto de muitos dos defeitos que apontei ao Benfica serem repetidos de muitos outros desaires. Acho que errar é humano, carregar sempre na mesma tecla é estupidez. E é aqui que vejo a falta de uma estrutura profissional no futebol clube da Luz. Com um director de futebol forte e com bons conselheiros a Jorge Jesus algumas melhorias poderíamos ver nestes aspectos. São berrantes e repetidos. Não se trata de interferir no trabalho do treinador mas sim de trabalho de equipa num dos maiores clubes do Mundo. Senhor Presidente, já vimos que isso de dar as chaves do futebol a alguém e deixar-lhe a trela larga não resulta no SLB.
Ora fica aqui a minha lista com os defeitos tácticos (maioritariamente) no Benfica de JJ:
- Problemas físicos - Este é mesmo o problema maior e a grande diferença para o FC Porto de Vítor Pereira nos últimos dois anos. A equipa aparece em alguns jogos cansada e sem ritmo. E nem sempre em resposta a uma jornada europeia. Este princípio de época na Madeira foi de uma amadorismo na preparação física como eu nunca vi nas águias. A menor da alteração na carga do treino pode fazer a diferença.
- Dupla de centrais com problemas na resposta a cruzamentos (aéreos ou rasteiros), principalmente estando Luisão e Garay posicionados entre a linha da grande área e a marca de penalty. Muitos dos golos sofridos por esta dupla acontece em jogadas deste género. É ver o vídeo.
- Má marcação de cantos ofensivos: já enerva a incapacidade dos nossos marcadores de cantos. Diria que 80% são imediatamente interceptados.
- Mau posicionamento defensivo na resposta a bolas paradas ofensivas, muito expostos a contra ataques
- Maxi - se não está em boas condições físicas a equipa técnica deveria dar-lhe nas orelhas para não atacar constantemente a área adversária.
- É repetido vermos um jogador ganhar a linha na área adversária e ficar sem linha de passe. Alguém tem que se aproximar ou dar uns passos atrás para sair da zona dos centrais. Quando o cruzamento vinha da esquerda Salvio era dos poucos jogadores que conseguia uma movimentação eficiente. Agora não há Salvio...
- Não vou falar do óbvio problema na lateral esuqerda pois Siqueira chegou e haja esperança que seja desta!
10 comentários:
Ainda bem que não és...
4 de setembro de 2013 às 22:23então? alguma crítica construtiva?
4 de setembro de 2013 às 23:11Concordo em especial com o ponto 3 e 4 porque há muito que o identifico e nunca tinha visto ninguém a falar nele.
5 de setembro de 2013 às 00:19Refiro também a defesa de bolas paradas. Estamos a ser muitas vezes "comidos" porque já toda a gente percebeu as fraquezas da marcação à zona (ora canto curto e fazem 1-2, ora bola ao segundo poste a aproveitarem os homens mais baixos estarem colocados nesse poste).
Falaria também na falta de qualidade dos avançados (rodrigo e lima) para jogarem de costas para a baliza, se a época foi planeada para não ter cardozo, estávamos bem lixados, porque os dois demorariam muito tempo para ganhar rotinas nesse campo do jogo.
Em relação à parte física já andamos assim à várias épocas mesmo naquela onde Jesus chegou lembro-me quando estávamos de rastos mas a motivação acho que era outra estavam todos empenhados.
5 de setembro de 2013 às 03:10É sem dúvida um grande problema que passa por um preparador muito treinador ou seja faz tudo o que o treinador manda expondo os jogadores a cargas de treino desmotivantes e treinos físicos não apropriados a próximos jogos,parece que treinam sem qualquer metodologia preventiva e sem gestão de esforço logo sofrem as consequências mais tarde e também neste caso mais cedo pela pressa de adquirir forma física como disse é o preparador do treinador e não deveria ser sempre assim.
Em relação ao jogo da tática o nosso treinador aposta sempre no sempre logo é previsível para os adversários,espero não ter que criticar muitas vezes a posição dos laterais que funcionam como extremos,espero não chamar nomes feios por livres e cantor pouco ou nada estudados,espero que os nossos avançados sejam mais eficazes na hora de rematar,não é preciso jogar artisticamente .
Tirando o ponto 7, todos os outros assuntos são da competência da equipa técnica e não do Diretor Desportivo.
5 de setembro de 2013 às 12:07Não estou a entender qual a lógica do presuposto (Se eu fosse director do futebol do SLB...) com o que é descrito.
Parece-me haver falta de noção do papel do que é um diretor desportivo.
Adenda ao comentário anterior:
5 de setembro de 2013 às 12:09No entanto a discussão desses pontos é de todo pertinente.
Acho preocupante o ponto 3. é incompreensivel.
Pois o meu ponto é que o Benfica precisa de uma equipa de trabalho à volta do técnico que lhe possa apontar algumas melhorias que tem de fazer. Essa equipa terá que ser construida pela estrutura do futebol, competência do director do futebol. Além disso acha que Pinto da Costa não fala de erros de táctica com os seus treinadores?
5 de setembro de 2013 às 12:101. Problemas físicos. Neste momento os problemas físicos começam e acabam na cabeça dos jogadores. O Benfica em qualquer um dos jogos decisivos do ano passado não estava pior fisicamente que o Porto, Chelsea ou Vit. Guimarães. Não é um problema e invocar fantasmas não ia ajudar o JJ na preparação da equipa.
5 de setembro de 2013 às 12:512. Dupla de centrais. Invocar problemas da dupla Luisão-Garay nos cruzamentos não faz nenhum sentido. Muitos dos cruzamentos que dão em golo têm acima de tudo ser evitados. E a dupla actual já comprovou em diversas ocasiões a sua capacidade neste tipo de situações nomeadamente o ano passado na Turquia e na Alemanha contra duas equipas fortes neste aspecto. Mais um falso problema. Mais um moinho que o JJ não deve perseguir a não ser que se queira que seja um Quixote.
3. Cantos. Desde que deixamos de ter o Aimar ou o Carlos Martins a marcar os cantos que a eficácia reduziu bastante. É de facto um problema mas que é reconhecido pelo JJ, que tem testado vários jogadores inclusivamente o Cardozo. Esperemos que dos reforços um ou outro seja mais forte neste aspecto. Mais uma vez o JJ tem feito tudo o que pode fazer.
4. Resposta defensiva. Qualquer equipa que passe a maioria dos jogos a atacar sofre a maioria dos seus golos em contra ataque. É só ver como o Real e o Barcelona sofre os golos. O Maritimo e o Gil Vicente quase que não criaram situações de golo. Concretizaram as poucas que tiveram por oposição do que fez o Benfica. Achar que o JJ precisa de ser aconselhado neste aspecto é o mesmo que sugerir que ele seja substituído.
5. Maxi. Mas qual é o jogador que tem jogado bem? Como o meio campo não tem ajudado a defesa estes andam mais expostos e são alvos a abater. Não está em grande forma mas não é de certeza o único. Agora os laterais do Benfica precisam de participar sempre no ataque.
6. Linha de fundo. Os que cruzam têm de melhorar nos cruzamentos e quem está na área tem de se movimentar melhor. Mais uma vez o treinador que tenha de ser aconselhado neste aspecto crucial do jogo é porque nem sequer é treinador. O lento do Cardozo é tão bom, porque faz bem as movimentações mesmo a passe de caracol. Mas se contabilizares as ocasiões que o Lima teve nos 3 jogos verás que o maior problema foi na finalização e não neste aspecto.
7. O óbvio problema da esquerda é como o óbvio problema da direita. Quando uma equipa não está bem ninguém está. O golo sofrido contra o Sporting foi uma falha colectiva em que o Enzo e o Matic são para mim os maiores culpados. Nenhum deles teve um papel activo na jogada ao contrário do que normalmente fazem e bem. É engraçado, ou não, que as maiores desilusões do Sporting para os seus adeptos foram os extremos Carrillo e Wilson Eduardo. E que dos melhores jogadores foram os laterais e o André Martins... precisamente porque apareceram nas costas do Maxi e do Cortez e raramente devidamente acompanhados pelos médios. Mas os bodes expiatórios são os laterais...
Obrigado pela opinião 71460! valeu
5 de setembro de 2013 às 13:01Quero acrescentar que na Madeira estava um tempo pesado. Só quem nunca esteve nas Ilhas não sabe o que é sentir a pressão atmosférica naqueles locais. Uma vez, nos Açores, estive 3 dias consecutivos com dores de cabeça, só pela pressão atmosférica. Vamos ver as performances na Madeira dos nossos adversários diretos e a sua relação com o estado do tempo. Crucial.
10 de setembro de 2013 às 13:07Enviar um comentário
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