Não, o Benfica não era o clube do regime
Sobre o Benfica ser o Clube do Regime (roubado ao Gordo vai à baliza e página do facebook: FC Porto, a Mentira Desportiva):
- A comunicação social do tempo do Salazar foi obrigada a chamar "Encarnados" ao Benfica censurando o "Vermelhos" por estarem conotados com a oposição política do Comunismo. Não queriam "Vermelhos vencem".
- O hino do Benfica era "Avante p'lo Benfica". Foi censurado pelo regime por ter termos comunistas.
- Alguns Presidentes do Benfica no tempo do Estado Novo:
Félix Bermudes - perseguido pela PIDE
Tamagnini Barbosa - O Clube foi considerado conspirador contra o regime com ameaça de encerrar.
Ribeiro da Costa era conhecido opositor do Estado Novo e foi obrigado a demitir-se para o clube não sofrer mais represálias.
Manuel Afonso era um operário apoiante da oposição.
- O Sport Lisboa e Benfica teve na sua direcção homens como Cosme Damião, Félix Bermudes, Manuel da Conceição Afonso, João Tamagnini Barbosa e Borges Coutinho, notórios democratas, homens de esquerda, sindicalistas e activistas. Em 33 presidentes da Direcção, só teve um elemento ligado ao Estado Novo : Mário Madeira.
-Urgel Horta e Ângelo César Machado foram dois fascistas da pior espécie. Ambos foram presidentes do FC Porto e ambos foram figuras importantes do Regime.
- Ângelo César Machado fundou a Milícia Lusitana (algo parecido à juventude Hitleriana) e, mais tarde, juntou as suas forças à "Liga 28 de Maio" e ajudou a derrubar a República instaurando a ditadura.
- Urgel Horta, outro fervoroso fascista, deputado da União Nacional, partido do Salazar, entre 1953 e 1965.
- Durante o famoso Tetra do Sporting (5 violinos) o Presidente do SCP era Carlos Góis Mota, presidente da Legião Portuguesa e homem de enorme confiança de Salazar.
- Durante o Estado Novo haviam eleições democráticas no Benfica, ideia olhada de lado pelo governo e PIDE e que quase mais nenhuma instituição em Portugal arriscava.
- Em 54/55 o Benfica foi Campeão (Abril de 55) mas o Estado Novo escolheu o Sporting, por convite, para representar Portugal na Taça dos Campeões Europeus na época seguinte (Setembro 1955).
- O mesmo aconteceu na Taça Latina (Junho 55), onde o representante português foi o Belenenses, apesar do campeão ser o SLB desde Abril.
- O mesmo aconteceu na Taça Latina (Junho 55), onde o representante português foi o Belenenses, apesar do campeão ser o SLB desde Abril.
- O Estádio da Luz passou 17 anos, desde a sua fundação, sem ser utilizado pela selecção nacional. Só já nos anos setenta se disputou o primeiro jogo de Portugal num estádio benfiquista.
- Nunca se jogou a final da taça na Luz ou em qualquer outro estádio utilizado pelo Benfica, ao contrário do que aconteceu nas Antas, onde o FC Porto disputou (em casa) nada menos que três finais, antes e depois do 25 de Abril.
- Nunca se jogou a final da taça na Luz ou em qualquer outro estádio utilizado pelo Benfica, ao contrário do que aconteceu nas Antas, onde o FC Porto disputou (em casa) nada menos que três finais, antes e depois do 25 de Abril.
- O Estádio das Antas, construído com fortíssima ajuda do regime, e financiado por gente a ele ligada, foi inaugurado num dia 28 de Maio, data em que Gomes da Costa havia partido do norte em direcção a Lisboa para instalar a ditadura em Portugal, 26 anos antes. Curiosamente, o Benfica estragou a festa e venceu por…2-8 !!Pelo contrário, o Estádio da Luz foi construído (muitas vezes literalmente) pelos sócios do Benfica, sem recurso a quaisquer subsídios, e permitiu ao clube acabar com os sucessivos despejos a que foi sujeito e a que foi estoicamente resistindo. Curiosamente, o estádio que o Benfica utilizava antes tinha sido arrendado pelo Sporting (clube da aristocracia lisboeta), que então lhe chamava Estádio 28 de Maio. O Benfica não só fez questão de o inaugurar num dia 5 de Outubro, como lhe mudou o nome, designando-o apenas por "Campo Grande".
- O FC Porto é o primeiro (1928) e, durante 32 anos, o único clube português com estatuto de Instituição de utilidade pública.
- O Benfica foi campeão europeu com jogadores que faziam parte dos movimentos de libertação das colónias, como Santana e Coluna. Obviamente que Salazar não teve alternativa senão engolir o sapo e colar-se ao êxito do clube, aproveitando-se dele para efeitos políticos.
- No dia seguinte, repito no dia seguinte, a essa final europeia era a meia final da Taça de Portugal, o Benfica tentou que a data fosse alterada. Sem sucesso.
- No início dos anos quarenta, época dourada de Salazar, o F.C.Porto beneficiou da ajuda dos seus influentes homens do poder para, através de dois cirúrgicos alargamentos, evitar cair para a segunda divisão, após se ter classificado em terceiro lugar no seu campeonato regional, que na altura apurava as equipas (os dois primeiros) para a prova nacional.
- O primeiro grande escândalo de arbitragem na história do futebol português valeu um título ao FC Porto. Estávamos em 1939, no auge da ditadura salazarista, e no jogo decisivo os "vermelhos" viram um golo anulado nos últimos instantes, que valeria a vitória e o título.
- O Benfica foi 3x seguidas Campeão depois do 25 de Abril.
- Em 74 o Benfica tinha 50% dos títulos.
- Nos 20 anos seguintes o Benfica tinha 50% dos títulos.
- Mais, nos vinte anos a seguir à revolução o clube da Luz venceu 10 campeonatos, 7 taças, e foi a 3 finais europeias. No mesmo período o FC Porto conquistou 8 campeonatos, 5 taças e foi a 2 finais europeias. O Sporting venceu 2 campeonatos e 2 taças.
- Nas comemorações da vitória aliada na segunda guerra mundial, toleradas por Salazar apenas por receio de represálias dos vencedores – sobretudo a tradicional aliada Inglaterra – viram-se nas ruas bandeiras de França, dos Estados Unidos, de Inglaterra e…do Benfica, estas naturalmente substituindo as da URSS, e utilizadas por oposicionistas comunistas.
- O Benfica tem entre os seus adeptos gente de todos os estratos sociais e sectores políticos. Mas convenhamos que Salgueiro Maia, Álvaro Cunhal, José Saramago, Xanana Gusmão, António Guterres, Jerónimo de Sousa, António Vitorino de Almeida, Artur Semedo, Manuel Alegre, Miguel Portas e muitas outras figuras da esquerda portuguesa, simpatize-se mais ou menos com elas, nunca seriam seguramente adeptos de um clube de algum modo relacionado com o regime fascista.
-Seria interessante também fazer a contabilidade dos adeptos e sócios do Benfica nas ex-colónias. Como seria possível haver tantos benfiquistas, por exemplo, em Angola e Moçambique, se o clube tivesse alguma conotação com o regime que durante anos lhes negou a independência e lhes deu a guerra?
Deixo ainda "Duas opiniões insuspeitas
Numa crónica publicada no jornal “Record”, em Maio de 2000, Alfredo Barroso, conhecido sportinguista e homem da oposição ao Antigo Regime, criticava os acontecimentos verificados em Assembleia Geral recente do Benfica, no tempo da gerência de Vale e Azevedo, e, a dada altura, escrevia: “E, no entanto, nos tempos da outra senhora, o Sport Lisboa e Benfica chegou a ser considerado como uma referência democrática, um oásis onde coexistiam vozes de todas as origens políticas e em que algumas figuras notórias da oposição ao Estado Novo chegaram a ser membros dos órgãos sociais do clube. Digo isto com tanto mais admiração e à vontade, quanto é certo que sempre fui adepto do Sporting Clube de Portugal, o qual, pelo contrário, era conhecido pelas suas notórias ligações ao Estado Novo e foi quase sempre dirigido por figuras mais ou menos proeminentes da extrema-direita do regime salazarista.
Para grande desespero de alguns adeptos que, por carolice ou amor à camisola, nunca viraram a casaca, apesar dos dichotes e bicadas (mais que justas) de muitos adeptos do Benfica.”
Alfredo Barroso
Uma opinião insuspeita e clara, como a de Vasco Lourenço, um dos militares de Abril, presidente da Associação 25 de Abril, que, em entrevista ao jornal “Record”, publicada nesse preciso dia, de 2007, se afirmava sócio do Sporting há quase 40 anos, e com lugar cativo. A dada altura, respondendo a uma questão do jornalista relativamente a clubes que teriam sido beneficiados pelo (antigo) regime, Vasco Lourenço, embora considerando que nenhum era favorecido, reconhecia: “Os benfiquistas e os portistas ainda hoje recordam aquele episódio do Góis Mota que, durante um Atlético-Sporting, entrou no balneário do árbitro com uma pistola para o ameaçar.
No tempo do Salazar, aí pelos anos 50, o Sporting era o preferido, porque muitas pessoas do regime eram adeptas do clube. Góis Mota, Casal Ribeiro, entre outros. Anos mais tarde, o Belenenses era o clube do regime por causa de Américo Tomás. Mas era injusto dizer-se isso, porque ele era sócio e tentava proteger o clube, mas o Belenenses não usufruía de nenhum benefício.
Foi mais uma imagem que se criou. O Benfica sempre foi o clube do povo, e o Sporting mais de elites”, concluiu este adepto do Sporting."
Resumindo:
- a Comunicação tem força, mas a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima, a não ser quando se quer tanto acreditar numa mentira que deixamos de ser honestos connosco e passamos a ser meros peões.
9 comentários:
O MITO SALAZAR A VERDADEIRA HISTORIA Os Antigos Presidentes do FCP e que eram os elementos do Regime do Salazar....O MITO SALAZAR A VERDADE...
28 de abril de 2020 às 10:23A Verdadeira história de Salazar e seu Braço Direito que era "Portista"..
Do presidente irradiado, passaram ao alargamento para o FC Porto não descer de divisão...
Do presidente irradiado ao alargamento para o FC Porto não descer de divisão....
Ângelo César Machado era amigo pessoal de Salazar e membro do Centro Católico, ajudou a fundar a Milícia Lusitana e depois também se juntou à "Liga Nacional 28... de Maio". Liga que posteriormente derrubou a I Republica Portuguesa e instituiu a Ditadura no nosso País.
Foi um dos principais responsáveis pela organização da "Bufa Portuense" sendo, em 1937, adjunto político da primeira Junta Central da Legião Portuguesa no Norte de Portugal. Quantos democratas não teria ele "enviado" para Custóias e Peniche!?
Foi também Deputado na Assembleia da República no consulado de Salazar, sendo inclusive um dos seus braços direitos e um dos grandes responsáveis para que Salazar subisse à Presidência do Conselho.
Durante os seus anos como Presidente do F.C. Porto conquistou 2 campeonatos 38/39 e 39/40, campeonatos esses que estão ligados a enormes suspeitas de corrupção.
Era a temporada de 1938/39, Ângelo César, o presidente, chamou Miguel Siska a treinador - e impôs o sistema da santa, novo "modelo de estímulos": cada vitória valia 20 escudos, cada empate 10, antes pagavam-se até 25 tostões por... derrota. Campeão seria o FC Porto se, na última jornada, não perdesse com o Benfica, na Constituição. Empatou a 3 - mas no último minuto Henrique Rosa anulou um golo ao Benfica. Em Lisboa falou-se de "escândalo" - e a Stadium publicou foto a mostrar bola dentro da baliza. Jornais do Norte pedira, castigo para os "delinquentes"(!) que tinham "forjado o documento" - e Júlio Ribeiro da Costa cortou relações com os portistas, foi o primeiro presidente do Benfica a fazê-lo. Sob esse quente cenário se chegou Às meias-finais da Taça. Na primeira mão, vitória portista por 6-1. Na segunda, nas Amoreiras, aos 63 minutos, os benfiquistas venciam por 6-0 - e quando o árbitro expulsou o argentino Reboredo, os dirigentes do FCP mandaram toda a equipa sair com ele.
Depois, em Outubro de 1939, jogo com o Académico do Porto para o campeonato da AFP tornou-se batalha campal. Aos 43 minutos, o árbitro deu-o por terminado - porque, descontados expulsos e lesionados, os portistas ficaram com apenas cinco homens operacionais. Alastrou a confusão nas bancadas - e houve até um jogador do Académico agredido à navalhada, levado a sangrar para o hospital. Como os regulamentos de então não consideravam que equipa em inferioridade numérica devesse ser declarada vencida e o árbitro não o sabia - foi erro técnico. Que o FC Porto aproveitou, para protestar. A AFP mandou repetir a partida, os portistas ganharam-na. O Académico, recorreu - e a FPF deu-lhe razão, descendo o FCP de primeiro para terceiro. Edmundo Ferreira, presidente do Leixões, logo largou o aviso: "repudiamos a benesse. O meu clube não aceita título que não ganhou, campeão para nós é o FC Porto!" - e César incendiou o panorama bradando contra "as perseguições de Lisboa"...
Para que não ficassem fora do Nacional da I Divisão, a FPF alargou-o - e o FC Porto voltou a ganhá-lo. Já sem César presidente. Irradiaram-no pelas declarações que fizera na questão do jogo anulado com o Académico do Porto - e por "ter instado a sua equipa a abandonar o campo nas Amoreiras, contra o SLB".
A verdade é que com a influência de poder de Ângelo César Machado junto da ditadura e de Salazar, o FC Porto consegue o alargamento do campeonato nacional, uma vez que não se tinha classificado nos ditos dois primeiros lugares. Assim evitou a merecida descida de divisão e posteriormente conquistou o campeonato (alargamentos e reduções do número de clubes, algo que também aconteceu nos anos oitenta/noventa...).
Benfica, Salazar e o antigo regime:
28 de abril de 2020 às 10:29• Teve que deixar o campo em Benfica em 1923 para a construção de uma rua de acesso à antiga Escola do Magistério Primário que só viria a ser uma realidade em… 1992!
• Foi expropriado do seu campo das Amoreiras para construção do viaduto de acesso à auto-estrada para o Estádio Nacional, tendo então que arrendar o antigo campo do Sporting, no Campo Grande.
• Somente 50 anos depois da sua fundação conseguiu (e mesmo assim durante muitos anos a título precário) os terrenos na Luz, onde finalmente pode implantar o seu Estádio.
• O Estádio da Luz (Estádio do Sport Lisboa e Benfica apenas foi utilizado pela selecção nacional 17 anos depois da sua inauguração, em 1971, ao invés dos estádios do Sporting, FC Porto e Belenenses, que várias vezes viram neles jogar a selecção nacional. Realmente fomos um clube do regime... realmente fomos.
O antigo campo do Sporting que o Benfica viria a ocupar em 1941 (ficava no topo do Campo Grande), era então conhecido como Campo 28 de Maio, dia comemorativo da revolução que deu origem ao Estado Novo. Mas o Benfica ciente dos significados dessa data e consciente da sua história nunca assim o designou (era, simplesmente, o campo do Campo Grande) como o veio a inaugurar a… 5 de Outubro, data comemorativa da implantação da República e bem pouco do agrado do regime que então dirigia o País!
Em 1928, o presidente da Direcção do FC Porto era o inefável fascista Abílio Urgel Horta (clicar). Nascido em 17 de Junho de 1896, em Felgar, uma freguesia em Torre de Moncorvo, cedo rumou para a cidade do Porto, onde se formou em Medicina. Aos 31 anos, sendo presidente do FCP e tendo feito amizades, com alguns dos militares que implantaram (28 de Maio de 1926) em Portugal, a Ditadura Nacional que estaria na origem, em 1933, do Estado Novo, consegue com uma “cunha de tamanho fascista” que o Presidente da República Óscar Carmona, Manuel Rodrigues Júnior (Ministro das Finanças) e José Alfredo Mendes de Magalhães (Ministro da Instrução Pública) assinem o Decreto-Lei que fez do FC Porto o pioneiro (e único clube durante 32 anos e seis meses) detentor do estatuto de Utilidade Pública
28 de abril de 2020 às 10:40Sendo assim acho que foi o Estrela da Amadora
28 de abril de 2020 às 11:34Excelente! Isto é serviço público, porque uma mentira dita muitas vezes não passa a verdade.
28 de abril de 2020 às 12:24Infelizmente, hoje em dia o cariz democrático anda longe da Luz. Esperemos que Outubro nos traga fortes melhorias quanto a isso.
Sem dúvida! Mérito ao Alberto Miguéns, "FC Porto, a mentira desportiva" e Gordo vai à baliza!
28 de abril de 2020 às 13:08E falta aí a coincidência da maior parte dos membros do Conselho Leonino ter ido para o Brasil após o 25 de Abril, mas o Benfica é que era o clube do regime.
28 de abril de 2020 às 13:57Subscrevo, o FC Porto é que era o verdadeiro Clube do Regime, e porquê? Porque em quatro décadas do Futebol Português, durante o Estado Novo, venceu 5 Campeonatos, e 3 T Portugal, isto são factos, e contra factos ... Isto é, o FC Porto teve a fama de ser o clube de Regime, mas também o proveito, e os títulos conquistados nesse período é um bom exemplo.
28 de abril de 2020 às 16:35Depois há "notas soltas" interessantes, mas nada convergentes:
"Ângelo César Machado era amigo pessoal de Salazar e membro do Centro Católico, ajudou a fundar a Milícia Lusitana e depois também se juntou à "Liga Nacional 28... de Maio"
"Já sem César presidente. Irradiaram-no pelas declarações que fizera na questão do jogo anulado com o Académico do Porto - e por "ter instado a sua equipa a abandonar o campo nas Amoreiras, contra o SLB".
É extraordinário, o Salazar permitiu que o amigo Cesar fosse irradiado, porque num clássico disputado nas Amoreiras contra o Benfica, quando o FC Porto estava a ser literalmente roubado, ordenou que a Equipa do FC Porto tivesse saído de campo.
Outra mentira, Salazar defendeu sempre a política colonial de Portugal, sendo Eusébio um simbolo dessa política colonialista, afinal, Eusébio era o Português negro com enorme sucesso, mas nascido em Ultramar ...
Neste momento particularmente delicado, precisamos urgentemente de um 25 de abril, mas na Justiça, é preciso legenda para o explicar?
Rui Oliveira e Costa: "O Benfica não era o clube do regime"
28 de abril de 2020 às 17:52https://youtu.be/EX1uA5xFfPg
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