Benfica 2-2 Ajax: sonho na bagagem

Benfica 2-2 Ajax: sonho na bagagem

Ao contrário da opinião generalizada da comunicação social e das últimas exibições das duas equipas, o Benfica está vivo na eliminatória dos 8os de final da Liga dos Campeões com o Ajax!

2-2 ao fim dos primeiros 90 intensos minutos e tudo terá de ser decidido em Amesterdão no dia 15 de Março - lembro que já não há desempate pela regra dos golos fora.

Nélson Veríssimo surpreendeu, quando muita gente pensava que iria trazer a equipa num 433, voltou a apostar num 442, com a única alteração óbvia de Gilberto por Lázaro. Foi uma opção de coragem do técnico português e uma afirmação das suas ideias.

O jogo começou mal para o Benfica e volta a ficar a ideia que a equipa só vale 60/70 minutos, com a pequena diferença de, nesta partida, terem sido os 60 minutos finais que foram melhores.

Muitos erros individuais na saída de bola e o Ajax de cadeirinha só à espera de recuperar a bola em zonas muito perto da área. Foram 2 golos, podiam ter sido 4. Muito mal, nesta fase, a receção e o passe de Grimaldo, Vlachodimos e Vertonghen. 

Valeu um canto e duas ofertas individuais do Ajax para mitigar esta entrada desastrada. Bem, Vertonghen, nesse lance do auto-golo de Haller.

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Do muito que temos para criticar neste grupo de jogadores uma coisa ninguém pode dizer: na Liga dos Campeões temos visto raça, querer e ambição. Têm sido gigantes!

Não deixaram cair a toalha, foram em busca do resultado, fizeram das fraquezas-forças, e com o inferno da Luz ao rubro, naquela união entre 50 mil almas e 11 guerreiros em campo tão difícil de explicar mas tão complicada para os adversários ultrapassarem (os próprios jogadores do Ajax admitiram que, em algumas fases, o barulho das bancadas os atrapalhou) a equipa fez uma 2ª parte à Benfica. Foi pena que o árbitro tenha deixado passar um penalty sobre Gonçalo Ramos que daria uma vitória justa aos lisboetas.

Nélson Veríssimo esteve muito bem ao não cair numa das maiores armadilhas táticas do Ajax que é a capacidade dos seus centrais em construir e encontrar espaços entre linhas. Benfica sempre fechado e em bloco coeso, quase em posição de desprezo quando a bola estava com Lisandro Martínez e Timber. Muitas vezes são eles que desmontam os adversários e ontem, foi evidente, que não o fizeram.

Individualmente, gostei bastante de Taarabt, Gonçalo Ramos e da entrada de Yaremchuk. Weigl não conseguiu, e teve lances para isso, dominar os duelos do meio campo.

Antes do jogo pedia, acima de tudo, para o Benfica não perder esta 1ª mão, para ir a Amesterdão com o sonho na bagagem. Os holandeses são favoritos mas, depois destes 90 minutos, ficaram várias claras situações e nuances táticas em que o SLB pode ferir esta formação. Penso até, que o Ajax, poderá, em teoria, ter mais dificuldades a jogar em casa.