Sem explosão

Sem explosão

Num jogo em que se sabia que a Espanha ia ter muita bola e que Portugal devia apostar tudo em tentar ferir em contra ataques e em explosão a escolha para titular de Cristiano Ronaldo, quanto tem Rafael Leão e João Félix no banco, é incompreensível.

Um erro colossal.

Ficaram evidentes as dificuldades de Ronaldo nos primeiros 5 metros de explosão. É normal um jogador que vai a caminho dos 38 anos não ter mais aceleração para ultrapassar defesas de uma grande Seleção.

Não é vergonha para ninguém. É tão normal quanto óbvio.

CR7 pode ainda dar alegrias a Portugal contra equipas que jogam em bloco baixo e também nos últimos minutos, a sair do banco, quando a equipa precisa de um golo.

Para jogos contra Seleções de topo é jogar com 10 e é retirar a imprevisibilidade que a nossa frente de ataque pode ter.

Em Espanha, no jogo da 1ª volta desta Liga das Nações, foi essa a sua função (saltar do banco) e, coincidência ou não, o resultado foi melhor do que o de ontem na Pedreira.

Adversários diferentes, estratégias diferentes. Algo normal em 2022 mas muito difícil de encaixar para um Selecionador que fez a sua formação como treinador na década de 80, do século passado.

Mas mesmo para essa função de jogador de área, de avançado mais fixo, os números deixam algumas dúvidas... Nesta edição da Liga das Nações, CR7 ganhou apenas 37% dos duelos pela bola que disputou. Muito abaixo dos 55% que tinha feito, por exemplo, nos 4 jogos do Euro 2020.

O declínio de Cristiano é normal e expectável. Nunca pode ser a única opção de uma Seleção com tantas pernas de qualidade.

Pensar que em 2024 ainda estará como titular dá-me uma enorme indisposição...